A cantora Anitta se manifestou nesta sexta-feira (18) contra o leilão de áreas verdes promovido pela Prefeitura de Salvador. Em vídeo publicado nas redes sociais, a artista fez um apelo ao prefeito Bruno Reis (União Brasil) e às autoridades locais, pedindo que reconsiderem a venda de terrenos com vegetação nativa na capital baiana.

 

“Usar o potencial construtivo de áreas verdes para erguer mais prédios não é a melhor escolha para a população”, declarou Anitta, vestindo uma camisa com a palavra “preserve” estampada.

A declaração da artista ocorre dois dias após a Justiça Federal suspender o leilão de um terreno localizado no Morro do Ipiranga, no bairro da Barra – uma das regiões mais tradicionais da cidade e parte do circuito oficial do carnaval de Salvador. Avaliado em R$ 4,9 milhões, o lote estava em processo de venda, autorizado por lei municipal aprovada em 2023.

De acordo com a decisão judicial, a suspensão se deu por questões ambientais e jurídicas. A área em questão está situada em uma encosta com vegetação nativa de restinga, pertencente ao bioma Mata Atlântica, e apresenta risco de erosão e instabilidade do solo. A Justiça também apontou que a lei municipal que autorizou a venda não mencionava a restrição ambiental existente no local, o que, segundo o juiz responsável, compromete a segurança jurídica do processo.

 

“É preciso respeitar os limites, cuidar da natureza e respeitar as áreas verdes que ainda temos no nosso país. A gente sabe que a crise climática é verdadeira e a gente precisa cuidar de nossas áreas verdes”, reforçou a cantora.

A venda de terrenos públicos em Salvador é tema de debates há mais de uma década. A Câmara Municipal (CMS) já aprovou duas leis sobre o assunto, uma em 2014 e outra em 2017. No intervalo entre as duas legislações, 16 terrenos foram vendidos, gerando R$ 82 milhões aos cofres públicos. À época, a prefeitura informou que parte da arrecadação foi utilizada em obras do Hospital Municipal.

A Lei nº 9.233/2017 autorizou a desafetação de 32 imóveis – sendo 29 terrenos – localizados em áreas valorizadas da capital, como Barra, Itaigara, Canela e Caminho das Árvores.

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